Confinamento de criatividade
- Liliana Silva
- 4 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de fev. de 2021
Dia 4 de fevereiro de 2021, mais um dia de confinamento geral em Portugal e, portanto, mais um dia em que ser antissocial é um conceito responsável. Realmente, quando penso nisto, só posso concluir que esta situação é toda ela irónica, porque ainda me vem à memória a altura em que tinha 15 anos e só queria ficar fechada em casa a jogar e isso era o “errado” para a minha geração. Contudo, tenho saudades dessa época, onde parecia que todo o rumo da minha vida era incerto e tinha todo o poder de decisão da rota do meu destino. Havia tempo para hobbys, havia tempo para estar quase todos os dias com os meus amigos, o mundo não parecia estar em stand by.
Agora encontro-me nas minhas quase 20 primaveras (e verões, invernos e outonos) e sinto, cada vez mais, que o politicamente correto é pensar numa carreira profissional que seja lucrativa e que me permita ser uma adulta estável, focada e produtiva. Não vou mentir, esta pressão social para ser a melhor e fazer dinheiro tem me inquietado bastante. Parece que todas as coisas que gosto verdadeiramente ficaram para segundo plano, especialmente as atividades que envolvem a criatividade, já que o que o prioritário para a sociedade é ter um emprego das 9 às 17, uma casa, um carro e uma família estruturada. Fico triste a pensar e a escrever isto e só me vem à cabeça o pensamento de como tudo, nos últimos meses, girou à volta, apenas e exclusivamente, da faculdade e da tão importante preparação para o mercado de trabalho.
Todavia, não me interpretem mal, eu adoro o meu curso, estou a estudar o que realmente quero, mas toda a minha obsessão perante ter boas notas tem me retirado tempo para o que, antigamente, me fazia um brilho nos olhos, todos aqueles “escapes” que faziam com que a realidade se descomplicasse. A Liliana de 8 anos que queria ser “desenhadora profissional” ficaria muito desapontada, assim como a Liliana de 15 que tinha um canal no Youtube porque adorava comunicar ou então a Liliana de 16 que achava que ia ser a melhor guitarrista do mundo e, no entanto, não passou da aprendizagem de meros acordes. Isto só me faz refletir o quão a nossa veia criativa esmorece com a idade e como priorizamos coisas que não nos fazem felizes e completos.
Por este motivo é que decidi criar este blog, para conseguir aprimorar uma das minhas grandes paixões, que é a escrita criativa, e fugir, de certo modo, da banalidade do quotidiano. Espero, também, que este texto vos motive a fazer o mesmo, que aproveitem este novo confinamento para voltarem a alimentar o “bichinho” dos vossos sonhos e que percebam que, por mais que estejamos temporariamente presos entre quatro paredes, a nossa criatividade não tem de estar.
Cumprimentos embuchados,
Lili das Buchas.





Olá irma aqui é a Carol eu quero que me des donuts e é isto bj
10/10 recomendado, keep going
Muitos parabéns pela coragem em criar um blog, gostei muito. Continue assim