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Jornalistas: de justiceiros da sociedade para uma profissão descredibilizada

  • Foto do escritor: Liliana Silva
    Liliana Silva
  • 24 de jul. de 2021
  • 3 min de leitura

Disclaimer: Isto é a minha opinião, sintam-se livres de discordar comigo e debater, se acharem necessário!

Olá, excelentíssimos leitores! Mais uma vez, venho reclamar de algo que me anda a inquietar a alma há algum tempo, aliás, desde há, sensivelmente, 2 anos. E nada melhor que chatear os meus leitores fantasminha com mais um tópico aleatório: a decadência do jornalismo.

Passando agora ao sermão de Santa Liliana aos Peixes, tenho de vos confessar que ter entrado no curso de Comunicação Social, com o intuito primário de ser jornalista, tem me feito estar mais atenta ao que anda a ser publicado nesse âmbito, mas, também, me tem feito ficar ligeiramente desiludida e com uma idealização totalmente diferente da figura do jornalista. Antes, romantizava a personagem como alguém justiceiro, convicto a defender a verdade acima de tudo, até mesmo a meter em causa a sua vida por ela (claramente que esta última característica está interligada com a minha versão petite e alienada pela Júlia do “Inspetor Max”). Hoje em dia, infelizmente, já vejo esta profissão como algo mais corrompido e mais sensacionalista. Posso parecer exagerada, mas não há um santo dia que não me apareça uma notícia ou artigo que me faça ficar triggered pelo desrespeito que alguns “profissionais” têm pelo Código Deontológico do Jornalista e pela forma monstruosa que mancham a credibilidade dos que produzem conteúdo de rigor.

Para piorar, estamos no auge da pandemia das Fake News, onde qualquer totó pode alegar as coisas mais estapafúrdias que vai ter uma legião de defensores, porque “Uhhhh a Comunicação Social é controlada pelo governo, é matá-los a todos, só dizem mentiras”. Não seria esta a altura perfeita para reforçar a qualidade do conteúdo jornalístico, passando por revisões mais profundas e tentar “acalmar” o sensacionalismo? Vamos recordar que, de acordo com o Código Deontológico do Jornalista, “O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais.” e o que mais tenho visto é sensacionalismo puro, especialmente em notícias relacionados com o Covid-19.

Contudo, penso que este rumo decadente não me tem desassossegado somente a mim, porque, segundo o relatório “O que devem saber os Jornalistas? Práticas e Formação em Portugal” efetuado pelo OberCom – Observatório da Comunicação e o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL), conjuntamente com o Sindicato dos Jornalistas e o CENJOR, ao serem “interrogados sobre qual é o maior risco do jornalismo a curto prazo, os jornalistas portugueses declaram, em primeiro lugar (com 30,7% das respostas), que é a sua “descredibilização aos olhos do público e das audiências”. Vêm a seguir, com a mesma percentagem (22,8%), o de desaparecer, “tornar-se irrelevante ou perder influência”, e o do “facilitismo e falta de investigação” (Clube Português de Imprensa, 2021). Deixo-vos abaixo este artigo do Clube Português de Imprensa, para consultarem *emoji a piscar os olhos*.

Não obstante, não posso culpabilizar todos os leitores de acreditarem em notícias falsas e de virem, posteriormente, dizer que os jornalistas são todos iguais. Realmente, no século XXI, é cada vez mais difícil de identificar as notícias verdadeiras das que são só feitas para gerar clicks manhosos. Por isso mesmo, é que as entidades de comunicação social deveriam promover a literacia mediática do cidadão comum e rever o que publicam, senão o user “Joãozinho-conspirações” que diz que as vacinas têm chips e 5G vai conseguir ter mais impacto na divulgação de desinformação do que quem tem habilitações vai ter ao partilhar informação verídica e com fins educacionais.

Mensagem final para as entidades relacionadas com o jornalismo e com a Comunicação Social: Deixem de ser cocós e salvem o jornalismo, por favor! Mensagem final para vocês, casuais e belíssimos leitores: deixem de acreditar em tudo o que leem na Internet, confirmem as fontes e não percam já a fé no jornalismo, que eu acredito que ainda há uma pequena resistência que o vá salvar!


Cumprimentos embuchados,

Lili das Buchas.


Bibliografia (links para lerem, que faz bem à cabecinha):



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*Imagem proveniente da biblioteca de imagens gratuitas "Unsplash"


 
 
 

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